Colégio da Polícia Militar - Bahia

Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa  narra a trajetória de Riobaldo, um jagunço velho e analfabeto, que confessa sua vida a um interlocutor anônimo. A narrativa se desenvolve como um longo e sinuoso monólogo, repleto de lembranças, reflexões e digressões. A história se centra na participação de Riobaldo em diversas aventuras e violências no sertão, principalmente durante a Guerra de Canudos e em disputas de poder entre fazendeiros. Ele relata sua trajetória, suas relações amorosas complexas, sua amizade com Diadorim (personagem ambígua e central na trama, cujo gênero é deixado em aberto pelo autor, gerando diversas interpretações), e seus conflitos morais e espirituais. A obra não tem uma linha narrativa linear; é uma exploração da memória, da linguagem e da própria condição humana. As experiências de Riobaldo são contadas de forma fragmentada, intercalando momentos de ação com longos períodos de introspecção e questionamento sobre a fé, a morte, o destino e a natureza da amizade e do amor. A linguagem é rica, inventiva e profundamente regionalista, com neologismos e expressões próprias do sertão, contribuindo para a construção de um universo poético e misterioso. Em resumo, Grande Sertão: Veredas é uma profunda imersão na alma humana, retratada através da experiência de um jagunço no contexto do sertão brasileiro, explorando temas universais como a moralidade, a amizade, o amor, a guerra, a fé e a busca pela compreensão da existência. A narrativa, apesar da violência presente, é mais uma reflexão filosófica sobre a vida e a natureza do homem do que uma simples história de aventu